8.7.10

Proposta 4 - Resultado Final


Numa perspectiva geral, podemos dizer que a infografia trata da exploração visual da informação, representando-a. Notícias e factos são explicados através de uma montagem de ilustrações, títulos, textos curtos, legendas, sinais e pictogramas, que sintetizam os diferentes momentos, lugares, ou acções determinantes nesses factos ou notícias.

No meu projecto, a escolha do tema foi um terrível impasse. Desde logo, achei mais interessante retratar algo que tivesse sido realmente notícia, mas que rondasse o espectro de estudos estatísticos. Depois de algumas experiências gráficas, e de estar quase decidida a criar os aspectos visuais para o estudo da Gallup intitulado “Os países mais felizes do mundo” (taxa de felicidade), lembrei-me de um tema que já servido de peça central a um outro trabalho de uma outra disciplina: A taxa de prevalência da obesidade em Portugal.
Este foi um estudo realizado pela Eurotrials e noticiado pelo Jornal de Notícias recentemente, que decidi cruzar com outros dados mais genéricos.
Com informação fundamentalmente numérica relativa a regiões do País e ao sexo feminino e masculino, desde logo esbocei esta infografia com base num mapa de Portugal e na simplificação da figura humana, representando ambos os sexos com as formas geométricas do círculo e do triângulo, usando as cores que já socialmente os definem. A partir da organização espacial, tudo foi mais fácil:

- o título da notícia e o lead estariam no topo, de maneira a, sem distrair a atenção da imagem, informarem da forma mais imediata e esclarecedora o leitor acerca do tema tratado;

- indo de encontro ao tema, obviamente que o mapa de Portugal tinha de ficar com um lugar de destaque, tornando-se o grande foco de atenção da infografia; para realçar a informação a reter, dotei as regiões de diferentes tons, todos eles derivados do preto e branco, muito sóbrios, para realçar a informação relativa à taxa de prevalência da obesidade, representada pelos círculos de densidade e pela percentagem numérica;

- a legenda e informação mais genérica acabaram por ficar na secção esquerda da infografia, surgindo quase como um complemento à informação primordial presente no mapa;

A infografia em si apresenta ao designer 3 objectivos:

· Simplificação – para que a informação seja facilmente interpretada, é necessário que esteja representada da forma mais simples e clara possível. Contudo, há que tomar cuidados para não exagerar na simplificação, pois representações demasiado simples podem tornar-se ambíguas e ter várias interpretações. Com uma infografia baseada fundamentalmente em desenho vectorial, com caixas de informação e figuras geométricas impregnadas de valor semântico, pretendi usar este objectivo ao máximo. A antropomorfização do círculo e do triângulo talvez seja o melhor exemplo nesta inforgrafia;
· Redundância – esta é a maneira encontrada para fixar o significado da mensagem, ou seja, o designer repete a informação, de modo a que o ruído seja o menor possível. Na minha infografia, a redundância verifica-se principalmente ao nível da utilização do rosa e do azul para representar tudo o que se refere ao sexo feminino e ao sexo masculino, respectivamente;
· Organização – a organização de todos os elementos transforma a infografia num elemento visual único, coerente, em que a informação se apresenta de forma completa. Se os dados visuais estiverem claramente estruturados, serão mais fáceis de absorver, reter e utilizar. Esta também foi uma das minhas maiores preocupações na elaboração da minha infografia: como já tinha referido, visto ser detentor da informação principal, o mapa de Portugal foi colocado num lugar de destaque em termos semióticos (direita), mas também em termos de dimensão. A informação complementar surge no lado esquerdo mais abaixo, e o título e lead, como pontos de partida, foram colocados estrategicamente na parte de cima da infografia;

É importante referir ainda a importância do contraste como uma das ferramentas que traz melhores resultados para uma infografia. O contraste é óptimo para atrair a atenção do observador, auxiliando-no na interpretação e descodificação da mensagem, através do exagero de alguns elementos. O seu efeito é muito bem conseguido quando, por exemplos, queremos fazer com que um elemento pareça muito grande: basta por outro mais pequeno nas suas proximidades. No meu trabalho, o antagonismo dos tamanhos dá-se fundamentalmente entre o mapa e as figuras humanas, mas o contraste é essencialmente conseguido a partir do confronto entre o preto e o branco, e entre os seus tons e o rosa/azul das figuras humanas.

Sem comentários:

Enviar um comentário