8.7.10

Proposta 4 - Concluindo,

Durante a criação de uma infografia, o designer não pode alhear-se da noção de que é responsável pela codificação da mensagem, dependendo dele a sua leitura e interpretação. Ao codificar, tem de ter em atenção a cultura, os valores, os hábitos, os conhecimentos do público-alvo, pois de nada vale explicar-lhes a realidade na perspectiva de uma outra realidade que não a sua. Portanto, para além de atraentes, apelativos e interessantes, os signos de uma infografia devem ser sempre norteados pelo repertório dos leitores.
O impacto causado por uma infografia no seio de um jornal ou revista é determinante. É ele que atrai os leitores. A infografia é realmente um achado, economizando o tempo do leitor, facilitando a compreensão e potenciando o prazer de leitura.
A introdução da infografia na Imprensa foi demorada, mas acabou por se impor da forma mais sólida, sabendo-se que 80% dos leitores apercebem-se primeiro da imagem infográfica em detrimento do texto, quando abrem um jornal ou uma revista.
O jornalista de hoje e ainda mais o do futuro precisa de enriquecer a sua informação nos aspectos mais informáticos, tecnológicos e infográficos, de forma a ganhar uma grande habilidade no manejamento das ferramentas de design, para dar a informação não só na forma de texto, como principalmente na forma de ilustração, infografia. Os conhecimentos nesta área sobrepuseram-se aos de história, política, relações internacionais…
Não há dúvidas que o novo jornalista é o jornalista infográfico.

Proposta 4 - Resultado Final


Numa perspectiva geral, podemos dizer que a infografia trata da exploração visual da informação, representando-a. Notícias e factos são explicados através de uma montagem de ilustrações, títulos, textos curtos, legendas, sinais e pictogramas, que sintetizam os diferentes momentos, lugares, ou acções determinantes nesses factos ou notícias.

No meu projecto, a escolha do tema foi um terrível impasse. Desde logo, achei mais interessante retratar algo que tivesse sido realmente notícia, mas que rondasse o espectro de estudos estatísticos. Depois de algumas experiências gráficas, e de estar quase decidida a criar os aspectos visuais para o estudo da Gallup intitulado “Os países mais felizes do mundo” (taxa de felicidade), lembrei-me de um tema que já servido de peça central a um outro trabalho de uma outra disciplina: A taxa de prevalência da obesidade em Portugal.
Este foi um estudo realizado pela Eurotrials e noticiado pelo Jornal de Notícias recentemente, que decidi cruzar com outros dados mais genéricos.
Com informação fundamentalmente numérica relativa a regiões do País e ao sexo feminino e masculino, desde logo esbocei esta infografia com base num mapa de Portugal e na simplificação da figura humana, representando ambos os sexos com as formas geométricas do círculo e do triângulo, usando as cores que já socialmente os definem. A partir da organização espacial, tudo foi mais fácil:

- o título da notícia e o lead estariam no topo, de maneira a, sem distrair a atenção da imagem, informarem da forma mais imediata e esclarecedora o leitor acerca do tema tratado;

- indo de encontro ao tema, obviamente que o mapa de Portugal tinha de ficar com um lugar de destaque, tornando-se o grande foco de atenção da infografia; para realçar a informação a reter, dotei as regiões de diferentes tons, todos eles derivados do preto e branco, muito sóbrios, para realçar a informação relativa à taxa de prevalência da obesidade, representada pelos círculos de densidade e pela percentagem numérica;

- a legenda e informação mais genérica acabaram por ficar na secção esquerda da infografia, surgindo quase como um complemento à informação primordial presente no mapa;

A infografia em si apresenta ao designer 3 objectivos:

· Simplificação – para que a informação seja facilmente interpretada, é necessário que esteja representada da forma mais simples e clara possível. Contudo, há que tomar cuidados para não exagerar na simplificação, pois representações demasiado simples podem tornar-se ambíguas e ter várias interpretações. Com uma infografia baseada fundamentalmente em desenho vectorial, com caixas de informação e figuras geométricas impregnadas de valor semântico, pretendi usar este objectivo ao máximo. A antropomorfização do círculo e do triângulo talvez seja o melhor exemplo nesta inforgrafia;
· Redundância – esta é a maneira encontrada para fixar o significado da mensagem, ou seja, o designer repete a informação, de modo a que o ruído seja o menor possível. Na minha infografia, a redundância verifica-se principalmente ao nível da utilização do rosa e do azul para representar tudo o que se refere ao sexo feminino e ao sexo masculino, respectivamente;
· Organização – a organização de todos os elementos transforma a infografia num elemento visual único, coerente, em que a informação se apresenta de forma completa. Se os dados visuais estiverem claramente estruturados, serão mais fáceis de absorver, reter e utilizar. Esta também foi uma das minhas maiores preocupações na elaboração da minha infografia: como já tinha referido, visto ser detentor da informação principal, o mapa de Portugal foi colocado num lugar de destaque em termos semióticos (direita), mas também em termos de dimensão. A informação complementar surge no lado esquerdo mais abaixo, e o título e lead, como pontos de partida, foram colocados estrategicamente na parte de cima da infografia;

É importante referir ainda a importância do contraste como uma das ferramentas que traz melhores resultados para uma infografia. O contraste é óptimo para atrair a atenção do observador, auxiliando-no na interpretação e descodificação da mensagem, através do exagero de alguns elementos. O seu efeito é muito bem conseguido quando, por exemplos, queremos fazer com que um elemento pareça muito grande: basta por outro mais pequeno nas suas proximidades. No meu trabalho, o antagonismo dos tamanhos dá-se fundamentalmente entre o mapa e as figuras humanas, mas o contraste é essencialmente conseguido a partir do confronto entre o preto e o branco, e entre os seus tons e o rosa/azul das figuras humanas.

Proposta 4 - Como surgiu a Infografia

As raízes da infografia estarão ainda na pré-história, começando por mapas: os primeiros terão sido criados milénios antes da escrita; os mais antigos conhecidos foram encontrados em paredes de uma cidade ancestral da Turquia.
A partir daqui, existem alguns exemplos de destaque na evolução da criação infográfica, englobando temas científicos, tecnológicos, económicos, históricos e de organização espacial. Leonardo Da Vinci, nos seus estudos e experimentações científicas, fazia uso de um dos seus maiores dotes e registava através de desenhos muito detalhados; são consideradas infografias de grande complexidade os seus desenhos acerca de um estudo de embriões, desenvolvido entre 1510 e 1513. Em 1626, Christoph Scheiner publicou Rose Ursina sive Sol, uma pesquisa astronómica sobre o sol, repleta de gráficos informativos. William Playfair foi o primeiro autor de gráficos estatísticos, publicados num livro lançado em 1786 – The Commercial and Political Atlas, acerca da economia inglesa no século XVIII. No ano de 1861, Charles Minard criou um óptimo exemplo infográfico, condensando uma grande quantidade de informação, acerca da Marcha de Napoleão Bonaparte sobre Moscovo. Em 1931, nasceu um dos mais importantes exemplos infográficos da História, da autoria de Harry Beck; o designer gráfico projectou o mapa do metro de Londres, orientando os londrinos quanto à ordem das estações.


Mapa do metro de Londres, por Harry Beck



Dondis, na sua obra A Sintaxe da Linguagem Visual, vem-nos explicar que, com o surgimento da fotografia, a linguagem do século XX se deslocou para o meio visual. Em tempos anteriores, os elementos visuais vinham sempre em segundo plano, pois o elemento principal para a interpretação era a própria palavra. Contudo, com o processo de modernização, o meio visual passou a dominar, e ao texto foi praticamente designada a função de acréscimo, complemento.

No que toca ao design editorial, foi só na década de 80, com os avanços nos softwares de edição, que os jornais e revistas desenvolveram novos recursos visuais. Até aí, a construção da notícia pelo jornalista e sua organização visual na grade de diagramas eram feitas de maneiras distintas.

A partir dos finais do século XX, a componente das imagens nas publicações impressas tomou uma grande importância, e a interacção texto-imagem passou a ser uma realidade necessária e irrefutável. Já estava provado que os leitores não procuram meramente a informação, mas analisam também a forma como ela lhes é apresentada. E foi aqui que se deu o salto da Infografia: esta já não era um mero objecto de explicação geográfica ou científica, mas um importante instrumento noticioso.

Infografia - A Inspiração







Proposta 4 - A Infografia

Para terminar, vem a Proposta 4, que tem como tema 'A ilustração infográfica'. Este projecto apresenta três objectivos principais, já pré-definidos pela docente:
01. Compreender o conceito de imagem enquanto elemento e linguagem de comunicação visual; 02. Estudar a infografia como uma modalidade de imagem do género informativo;
03. Explorar a infografia enquanto linguagem informativa, desenvolver a capacidade de visualização do pensamento e comunicação visual de informação;

Proposta 3 - Resultado Final


A capa original de 1979 vai de encontro à história retratada pelas músicas do álbum, centrado na vida de um anti-herói, oprimido pela sociedade. Com a adaptação da cor, toda a sobriedade e seriedade trazida pelo preto e branco é substituída pela infantilidade e emoção da conjugação de múltiplas cores e tonalidades.



Com esta alteração de cores, o objectivo foi representar um tipo de mulher totalmente diferente do original. O fundo passou a preto, de forma a criar um ambiente mais imponente, intimidativo; o tom vermelho dos lábios e do acessório da modelo passaram a associá-la a uma ideia de força, liderança, garra e paixão. Assim, criei uma mulher forte, arrebatadora, imponente e ousada, que pode representar o estereótipo da mulher moderna, sem nunca perder a feminilidade.



Quando olhamos para o anúncio original, pelas formas femininas e pelos tons de rosa utilizados, é-nos quase imediata a percepção de uma publicidade destinada ao sexo feminino. No entanto, quando alteramos estes tons para o azul, associando-os às formas femininas, e não lemos o texto apresentado, podemos ser levados a pensar que o anúncio publicitário se destina precisamente ao público-alvo inverso: o sexo masculino.

Proposta 3 - A Cor

Desta vez, foi-nos proposto fazer um trabalho relacionado com um dos elementos da comunicação visual: a cor. Esta terceira proposta consistia em alterar a cor de imagens à nossa escolha, de forma a que o seu significado fosse alterado.
Para isto, decidi que seria importante escolher uma imagem conhecida e duas publicitárias, para que a alteração de cores tivesse impacto ao nível do valor semântico, quem a visionasse. Assim, escolhi a capa do álbum ‘The Wall’ dos Pink Floyd, um anúncio da Lâncome e outro da Nike.


A cor é um dos elementos visuais mais importantes. Esta transmite-nos várias informações e tem como principal qualidade a função de nos fazer distinguir. Entender, simbolizar e identificar as coisas.
O processo de percepção da cor foi descoberto por Newton, em 1666. Ao fazer passar um raio de luz branca através de um prisma triangular transparente, conseguiu visualizar um conjunto de cores. Estas mesmas cores, as cores do espectro, são as mesmas que visualizamos quando olhamos para o arco-íris. Este processo de separação da luz branca tem o nome de refracção da luz. Isto não é mais do que um desvio de cores, com diversos graus de inclinação.
Para falarmos na cor, temos que falar nas suas características e nos seus efeitos.

A percepção que temos da cor é-nos proporcionada pela visão. O olho humano fornece ao cérebro informação para que este reconstitua as cores e tons. Apesar de ser descrito como tendo a função de uma máquina fotográfica e se dizer que as suas características se assemelham, uma máquina fotográfica apenas converte objectos em imagens. Por sua vez, a visão não consiste só em ver, mas também envolve todo um conhecimento prévio do objecto visualizado, com a ajuda dos outros sentidos: tacto, paladar, olfacto e audição.
Aliada à visão, há ainda a existência de luz – luz branca, o sol, por exemplo -, porque sem luz é impossível distinguirmos cor. Esta é formada por pequeníssimas ondas invisíveis e cada onda tem o seu tamanho específico (comprimento de onda). A luz é absorvida ou reflectida, quando incide sobre algo. A parte reflectida é aquela que determina a cor dos objectos.
A luz do Sol, que é a luz de referência para a nossa visão surge das reacções nucleares que acontecem no mesmo. A luz é a parte do espectro capaz de ser registada pela nossa visão.
Para uma melhor noção das funções da cor e para que se possa optimizar a sua utilização, é necessário conhecer as suas características. A cor tem três qualidades essenciais: matiz ou cor, valor ou tom e saturação.

O matiz ou cor é o que distingue uma cor (passe a redundância) da outra. É o nome genérico da cor, basicamente. Um matiz tem imensas variações da sua cor pura.
O valor ou tom é um dos melhores instrumentos, para expressar a dimensionalidade, porque a linha não é capaz de criar sozinha, uma ilusão convincente da realidade.
Este tem inúmeras variações da sua cor pura, entre o claro e o escuro.

A saturação pode ser entendida como a variação da cor de acordo com a luminosidade. Duas cores podem ser da mesma linhas, mas ter diferentes intensidades. A variação que existe realiza-se entre uma intensidade alta e uma intensidade baixa – ou claridade e cinzentismo. Para além disso, uma cor misturada é menos brilhante e intensa, do que uma cor pura – também tem a ver com a saturação.

Podemos ainda referir a temperatura da cor. O vermelho é uma cor quente, o azul é uma cor fria, para exemplificar.

Na utilização da cor, há ainda a necessidade de ter em atenção certas características da cor que podem ajudar-nos a melhor um trabalho. São elas, o contraste – pondo uma frase numa cor, sobre dois fundos diferentes, podemos perceber que há fundos que ajudam a frase a destacar-se e outros que fazem com que esta seja mais amenizada; há cores que dão a sensação de avançarem em direcção a nós e outras que dão a sensação de recuarem e o peso – há cores que transmitem a ideia de serem pesadas e outras de serem leves: azuis e verdes dão a ideia de leveza e os vermelhos, como parecem mais fortes, dão a ideia de peso.

A cor tem, ainda, uma característica muito importante: a psicologia da cor. As cores transmitem certos significados e, mesmo quando não nos apercebemos, fazemos uso deste sistema, por assim dizer. No dia mau, é usual que uma pessoa use roupas mais escuras, bem como no Inverno. Num dia em que acordamos alegres ou num dia de Primavera e Verão, as cores que usamos são sempre mais claras, mais animadas.
Assim, cada cor tem alguns significados que a cultura ocidental lhes confere. Há mesmo especialistas que dizem que as cores podem provocar lembranças e sensações.

Cinzento: elegância, humildade, respeito, reverência, subtileza;
Vermelho: paixão, força, energia, amor, liderança, masculinidade, alegria (na China), perigo, fogo, raiva, revolução;
Azul: harmonia, confidência, conservadorismo, austeridade, monotonia, dependência, tecnologia, liberdade, saúde;
Ciano: tranquilidade, paz, sossego, limpeza, frescura;
Verde: natureza, primavera, fertilidade, juventude, desenvolvimento, riqueza, dinheiro (nos Estados Unidos, em parte devido à cor das notas do próprio país), boa sorte, ciúme, ganância, esperança;
Amarelo: velocidade, concentração, optimismo, alegria, felicidade, idealismo, riqueza (ouro), fraqueza, dinheiro;
Vermelho: luxúria, sofisticação, sensualidade, feminilidade, desejo;
Violeta: espiritualidade, criatividade, realeza, sabedoria, resplandecência, dor;
Cor-de-laranja: energia, criatividade, equilíbrio, entusiasmo;
Branco: pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição;
Preto: poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério, azar;
Castanho: sólido, seguro, calmo, natureza, rústico, estabilidade, estagnação, peso, aspereza;
Cor-de-rosa: feminilidade, amor, atrevimento e sensualidade femininos;

Significados e atributos da Cor - A Inspiração














As relações das Cores

Um óptimo vídeo, agora que entramos no domínio da Cor.

Proposta 2 - Concluindo,

Muitas vezes, ou talvez todos os dias, a Tipografia é algo que nos passa ao lado. Mas a verdade é que ela está em todos os lugares: nos jornais, revistas, livros, panfletos, cartazes, layouts… E, também muito mais do que possamos pensar, ela é determinante para chamar a nossa atenção, uma atenção que é selectiva, sendo para isso este aspecto gráfico uma componente do design muito estudada.
Desde a revolução tecnológica trazida por Gutenberg até aos dias de hoje, onde domina a informática e o mundo digital, a evolução das letras e das suas tipologias foi imensa, e hoje encontramos milhares e milhares de tipos de letras diferentes, com significados visuais diferentes.
Com este trabalho, baseado em Fernando Pessoa e nos seus três heterónimos mais conhecidos, pude explorar esta realidade aliciante, tentando reproduzir os versos de cada um deles em tipologias tipográficas, que pudessem expressar da forma mais natural possível o seu significado.
Assim, consegui por meio da tipografia: a brevidade tortuosa de Ricardo Reis, a simplicidade natural de Alberto Caeiro e a atitude crítica e frenética de Álvaro de Campos.

Proposta 2 - Alberto Caeiro

Alberto Caeiro é o heterónimo do não-pensamento, nisso assemelhando-se muito ao ortónimo. Nega a metafísica e restringe a sua vivência ao uso exaustivo dos seus 5 sentidos, enquanto deambula pela natureza.
Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa a coisa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!

Nos versos que me foram dados, a essência está numa profunda crítica ao ser humano, exactamente por pensar demais. Alberto Caeiro mostra o seu desprezo pela excessiva racionalização da sociedade, maníaca pela organização e pela estruturação; daí que fale em “ordem”, em “linhas” e “paralelos de latitude e longitude”.
Ora, nesta composição, quis representar esse mesmo sentido crítico do heterónimo, fazendo uma oposição entre aquilo que ele defende e aquilo que ele critica.
Sendo então um adepto da disposição natural das coisas, sem racionalizar ou intelectualizar, construí o seu nome a partir da desorganização das letras, ainda que com uma forma lógica, e bem legível. O tipo de letra aqui utilizado foi o Verdana, em negrito. Ao seu nome, mas desta vez em Arial, associei o ponto de exclamação do último verso, de forma a acentuar o seu espírito crítico tão presente nestas palavras.
Por outro lado, a organização e linearidade tão criticadas por Caeiro estão presentes na disposição do texto da minha autoria acerca do poeta, intercalado pela horizontalidade dos versos. No texto, optei por um tipo de letra mais conservador e “antiquado” – Perpetua -, associando-o a um heterónimo muito pouco dado aos modernismos da sociedade; para os versos, de forma a destacá-los, reservei o Arial Rounded MT Bold.
A não utilização da cor num heterónimo tão ligado à natureza e à sua diversidade pode ser colocada. No entanto, já que decidi apostar num trabalho tipográfico mais ligado à forma e à disposição espacial, achei que a utilização de cores constituiria algum tipo de “ruído” na comunicação visual.

Proposta 2 - Álvaro de Campos


Álvaro de Campos é talvez o mais complexo dos 3 heterónimos aqui abordados. Ao longo da sua existência, passa por 3 fases: a sensacionista, a futurista e a decadentista. Todas elas muito diferentes, o que vai reflectir uma oscilação de sensações, sentimentos e pensamentos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!

Uma vez que os versos citados pertenciam à Ode Triunfal, um dos seus poemas mais conhecidos e correspondente à fase Futurista, optei por inspirar o meu trabalho tipográfico nesta mesma fase. Na totalidade deste poema, o sujeito poético, simultaneamente:
- enaltece a grandiosidade das máquinas, da velocidade, da acção, do movimento, das novas invenções;
- critica a sociedade, os seus crimes, cinismo e profunda corrupção.

No que toca ao primeiro aspecto, e em termos visuais, decidi que o aspecto central deste trabalho seriam as “engrenagens” referidas pelo heterónimo. Engrenagens essas que estariam associadas àquele que o poeta dá a entender ser um som ensurdecedor, representado pela onomatopeia do “r-r-r-r-r-r”. Assim, criei três engrenagens cuja forma é definida pela letra “r”, em maiúscula. A letra “r” volta a ter destaque não só no primeiro verso (com um tipo de letra diferente, em negrito e num tamanho maior), como no texto da minha autoria acerca do heterónimo; este texto, repetido várias vezes, constitui o fundo da composição, destacando o “r” com a cor branca.
O dinamismo impresso pela figura das engrenagens (acentuado pelo facto destas abarcarem os versos do poeta) acaba por ir de encontro ao segundo aspecto, mas esta ideia de crítica corrosiva é acentuada pelos tipos de letra que se destacam nesses mesmos versos, incluídos no interior das engrenagens: Wide Latin e Broadway. E não esquecer que associei estes tipos de letra ao ruído do “r-r-r-r-r” e à palavra “Fúria”.
Optei por usar um fundo vermeho, de forma a criar mais impacto e a realçar a emoção das palavras e do próprio estado de espírito de Álvaro de Campos.
Os recortes geométricos a branco acentuam a ideia de maquinismo, indústria, fazendo lembrar a estrutura das máquinas.
As cores dominantes são então o preto, o branco e ainda o vermelho que, no seu conjunto, transmitem alguma frieza, crueldade, estruturação das máquinas e do novo mundo industrial.

Proposta 2 - Ricardo Reis


Ricardo Reis é, de todos os heterónimos, aquele que vive mais atormentado pela brevidade da vida, querendo, acima de tudo, aproveitar os prazeres momentâneos. Isto para que, ao morrer, possa sentir que consegue levar da vida algo de proveitoso, próximo da felicidade.
Só as memórias prevalecem, ultrapassando a efemeridade. Daí que o poeta enalteça a imagem de Lídia (a personagem a quem mais se dirige nos seus poemas) como uma bela recordação:

Ser-me-ás suave à memória, lembrando-te assim – à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

De forma a acentuar a noção de brevidade da vida, como algo sempre prestes a terminar, decidi dividir esta composição em faixas horizontais, que pudessem representar uma certa episodicidade, sob a ameaça do fim iminente. O nome do heterónimo tem destaque logo na primeira faixa, despida de qualquer outro elemento, de maneira a identificá-lo desde logo.
O destaque foi para as palavras “beira-rio” e “flores” por serem aquelas que, de uma forma mais directa, apelam para a descrição do cenário visionado pelo eu poético. Daí que as tenha tentado representar graficamente, por meio da Tipografia: o rio, através de chavetas que, pela sua disposição, pretendem criar o movimento da ondulação das águas; as flores, através de uma composição organizada de letras ‘O’ minúsculas.
Quanto ao texto descritivo da história, personalidade e estilo poético de Ricardo Reis (de 24 linhas e a ser incluído obrigatoriamente na composição), optei por transformá-lo numa espécie de “pano de fundo” dos versos, diminuído o tamanho da fonte e optando pelo tom de cinzento. Assim, quis associar este efeito visual ao certo esbatimento que tanto caracteriza muitas das nossas memórias e lembranças.
A opção pelo preto e branco dominante na composição tipográfica não foi ao acaso: guiado pelo princípio da Ataraxia, Ricardo Reis procurava a moderação dos prazeres, pelo que a aplicação dos dois tons mais básicos existem teve o intuito de representar essa mesma suavidade de viver, sem excessos ou grandes emoções.
Os tipos de letras utilizados neste trabalho foram: Broadway BT, Dejavu Sans Light, Bell Gothic Stol Light, Corbel e Century Gothic.

Proposta 2 - Tipografia, a palavra-imagem

No âmbito desta proposta, e com o objectivo de melhor compreendermos a função visual comunicativa da letra e das suas diferentes variações, tive de desenvolver 3 composições, baseadas em tipografia. Nestas 3 amostras, teria de associar a versos de Fernando Pessoa o nome do autor/heterónimo, e ainda um texto acerca do mesmo, da minha autoria, mediante pesquisa anterior. Foi o que fiz.

Os versos que nos foram dados são um excerto de cada heterónimo do maior poeta português do século XX e uma das mentes mais brilhantes que o universo da literatura teve a honra de perpetuar.

Fernando Pessoa e os heterónimos




E contudo – penso-o com tristeza – pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida.


Fernando Pessoa, na Carta a Adolfo Casais Monteiro

As 10 grandes Famílias Tipográficas

Ao longo da evolução da Tipografia, deu-se o nascimento de uma enorme quantidade de delineações e variações formais. Elas não são nada mais, nada menos do que o reflexo das personalidades dos seus autores e das culturas do seu tempo, cristalizados em sucessivos caracteres tipográficos. Passamos assim, a apresentar as 10 grandes Famílias Tipográficas e os significados a que elas se associam, segundo uma classificação de Claude Laurent François:

Góticas e Civis: remetem para os “velhos tempos”, passado, Idade Média, ligando-se também à religião e à gastronomia; Gutenberg utilizou-as na impressão das bíblias; não há uma grande preocupação em justificar as margens;

Humanistas: de tradição robusta, remetem para a elegância e para o humanismo europeu; associadas ao Renascimento (séc. XV);

Garaldos: significam elegância e tradição;

Reais/ De transição: ligadas ao preciosismo, um novo tipo de carácter, mas débil;

Romanas Clássicas: remetem para a dignidade, austeridade, frieza; grande importância do espaço;

Mecânicas ou Egípcias: inspiradas no modernismo do século XIX;

Incisas: reflectem a simplicidade e o classicismo modernizado;

Lineares Geométricas: são o modernismo, a indústria e o funcionalismo na tipografia;

Lineares Moduladas: advêm do modernismo elegante;

Escriptas: reflectem uma escrita pessoal, intercâmbios epistolares tradicionais e revelam uma espontaneidade do traço;

Sobre a Tipografia

É inegável que a capacidade de comunicar é inata ao Homem, sendo indispensável a uma sobrevivência mentalmente saudável e feliz.
Comunicamos quer verbalmente, quer não verbalmente, de diversas formas e em diversas circunstâncias. Com a invenção dos Fenícios da Escrita, surgiu primeiro a noção de Caligrafia, como a arte de escrever (por meio de traços) com beleza e graça.
A Tipografia surgiu a partir da fragmentação da palavra manuscrita através de exigências mecânicas, e converteu-a numa reagrupamento combinatório de letras e signos soltos, independentes uns dos outros e indefinidamente “exchangeable”.
Usar a Tipografia é usar uma plataforma visual. E qualquer mensagem em comunicação visual necessita de um suporte visual, que Bruno Munari define como 'o conjunto de elementos que tornam visível a mensagem, todas aquelas partes que devem ser consideradas e aprofundadas para se poderem utilizar com máxima coerência em relação à informação'. É uma forma de comunicação, um código visual comum a dois ou mais interlocutores.
A Tipografia foi determinante no crescimento das artes gráficas e da publicidade, crescendo então como uma importante base da Comunicação Visual. Ainda mais, na actualidade, os artistas gráficos estão muito mais bem preparados que os de antigamente, tendo à sua disposição um grande número de meios de informação, documentação e bibliografia. As necessidades editoriais e tipográficas também são muito intrincadas, exigindo não só minuciosidade e perfeição, mas principalmente uma grande dose de criatividade.
As boas letras fluem naturalmente, daí que o artista gráfico não se deva prender a meras imitações. Há que compreender os exemplos clássicos, os princípios, a estrutura e a lógica da letra, mas a originalidade na transmissão de uma ideia através do meio visual da tipografia é que determina a mensagem, a sua recepção e a concepção de um bom trabalho.

Tipografia - A Inspiração













Valor Estético associado ao Valor Semântico

















Valor Estético independente do Valor Semântico

8 regras para o design de Tipografia

01. Aprender os conceitos básicos;
02. Atentar no espaçamento entre letras;
03. Escolher o tipo de fonte adequado;
04. Adequar o alinhamento à estrutura do projecto;
05. Escolher uma boa fonte secundária;
06. Adequar o tamanho das letras;
07. Usar a Tipografia como uma arte;
08. Encontrar uma boa fonte de inspiração;


in 8 Rules for Creating Effective Typography

do grego typos + graphein

A origem etimológica da palavra 'Tipografia': forma + escrita.

Enfim, define-se como a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente.

Proposta 1 - Memória Descritiva

Elementos Básicos da Comunicação Visual

O meu trabalho faz uso de apenas três elementos básicos da comunicação visual: o ponto, a direcção e a cor.
O ponto, por si só é a unidade mais simples da comunicação visual e, para além disso, tem uma força de grande atracção para o olho humano, o que o torna, por excelência, um objecto de referência e um marcador espacial.
O meu trabalho faz uso de uma estratificação em cinco partes, o que pretende dar a ideia de uma evolução, primeiro ascendente e depois descendente. Em conjunto, os pontos têm capacidade de se conectar, acabando por direccionar o olhar, funcionando, assim, como meios de percepção de solidão e melancolia (relativamente aos pontos separados) e de multidão e euforia (relativamente ao amontoado de pontos). Isto ainda é reforçado pela própria letra da música: “I got lost, got sidetracked”; ”Everything hurts,/everything's too real”, que expressam melancolia e “ Tonight I feel it closer/And I can almost touch it/ To you this may be nothing, It's something to me/This raging light”, que expressam a euforia.
Desta forma, o primeiro estrato contém um diminuto número de pontos, pondo em evidência o carácter mais calmo da música, que se intensifica no segundo estrato, o que é perceptível pelo aumento do número de pontos, que têm como objectivo transformar a sensação auditiva numa sensação visual. Este esquema continua: a parte mais intensa da música, o terceiro estrato, é o auge da música, daí que tenha utilizado o ponto para tentar criar esta ideia de multidão, euforia, de clímax. A partir daqui, a música toma um ritmo decrescente, visualizável através da diminuição do número de pontos, até que no quinto e último estrato se verifica um retorno ao carácter inicial.

A direcção é, também um elemento básico de comunicação visual que, servindo-se de outros elementos e técnicas da comunicação visual, condiciona a nossa percepção em termos da análise espacial da imagem. Assim, na forma rectangular, a ideia de evolução é reforçada pela direcção vertical, ou seja, o observador analisa a imagem de baixo para cima, atribuindo assim significado à evolução. Quanto ao círculo, a ideia é a mesma, mas adaptada a um formato de direcção radial.

O terceiro e último elemento utilizado neste trabalho é a cor, conhecida por ser o elemento básico de comunicação visual a que mais facilmente se associa um significado. Deste modo, cada estrato que utilizei, tem cores a ele associadas. O primeiro e o quinto estratos têm sempre pontos de cor branca, já que esta cor reflecte a neutralidade, o que há de mais simples e de mais básico e que, significa, de acordo com a música, o que há de mais vazio, a solidão. No segundo estrato, adoptei cores suaves, desde os brancos aos cinzentos, isto porque, como a música cresce, deixa de se percepcionar apenas o branco, mas aparecem outras cores muito suaves, ainda muito “tímidas”. No terceiro estrato, como já referi, o auge da música, são adoptadas todas as cores, destacando-se os vermelhos e amarelos, que têm uma maior carga emocional, enérgica e provocadora, reflectindo o clímax; e os azuis e verdes que, por si mesmas, são cores tranquilizantes e passivas. No quarto estrato, não totalmente igual ao segundo, para além das cores neutras, tem ainda rosas, azuis, verdes e amarelos muito claros, que o distinguem do segundo estrato, já que começa a haver uma descensão ainda que com alguns vestígios do apogeu da música. O quinto e último estrato volta a reflectir as ideias do primeiro.

Técnicas de Comunicação Visual

As técnicas visuais são fundamentais para exprimir, visualmente, o conteúdo da mensagem. Embora diferentes, todas elas conseguem coexistir na perfeição, complementando-se.
As técnicas que utilizei são: instabilidade, assimetria, irregularidade, complexidade, economia, espontaneidade, acento, variação, justaposição, sequencialidade, episodicidade.

Instabilidade: a minha composição caracteriza-se por ser instável, ou seja, não há um equilíbrio que defina um centro de gravidade, mas sim um aglomerado de pontos, mais ou menos dispersos, que acaba por realizar uma fórmula visual pulsante, enérgica, inquietante;

Assimetria: em termos conceptuais, esta técnica define-se por ser o contrário da Simetria, ou seja, caracteriza-se pela ausência de equilíbrio axial. Destaca-se na nossa imagem o facto dos pontos que a constituem se disporem de forma aleatória dentro de cada um dos estratos definidos, não havendo assim qualquer efeito de “espelho”, reflexo;

Irregularidade: uma composição irregular pretende transmitir uma ideia de algo insólito, imprevisível, inesperado, possuindo algum “efeito surpresa”. Com a estratificação da minha composição, enfatizo este aspecto, já que os estratos, consoante o seu significado e simbologia, são diferentes, quer em termos cromáticos, quer em termos espaciais (disposição dos pontos);

Complexidade: embora aparente, a composição em causa não tem nada de simples, mas até de bastante complexo, já que apresenta um processo de organização do significado muito intrincado. Mesmo fazendo apenas uso, de uma forma mais directa, de meros pontos coloridos, a sua disposição espacial e simbologia de cores confere à imagem uma complexidade irrefutável;

Economia: estes aparentes “meros pontos coloridos” que constituem a nossa imagem são a razão pela qual posso dizer que fiz uso desta técnica. A Economia caracteriza-se por realçar aquilo que é visualmente elementar, os aspectos mais básicos, puros que, neste caso, não são nada mais, nada menos do que os “meros pontos coloridos”. Passamos a nossa mensagem sem grandes ornamentações ou efeitos, baseando-nos numa política mais minimalista;

Espontaneidade: como já havia referido, a estratificação que constitui o plano de organização da nossa composição tem uma grande carga simbólica, pretendendo, de um forma natural e impulsiva, transmitir diferentes estados emocionais (segundo até uma dada evolução). E sendo tão importante esta faceta simbólica, a minha imagem vive assim de uma espontaneidade, arrebatadora, e embora caracterizado por um desenho progressivo, este não é, de todo, logicamente previsível;

Ênfase: num fundo negro, através das cores dos pontos, enfatizei as diferentes zonas em que se divide a nossa composição, pretendo assim criar áreas de maior e menor destaque. O fundo negro acaba por funcionar como uma plataforma uniforme, onde se destacam estes pontos, com grande intensidade. E assim é utilizada a técnica da Ênfase, afastando-se da tendência equilibraria da Neutralidade;

Variação: esta técnica caracteriza-se por, dentro de uma temática dominante, criar diversidade e variedade, o que se reflecte na nossa composição pela irregularidade cromática e espacial dos pontos;

Justaposição: a Justaposição não é mais do que a promoção da interacção de estímulos visuais, suscitando a comparação relacional entre os elementos básicos da imagem. Ora, a interpretação visual desta composição baseia-se exactamente na comparação das zonas de pontos que definem a área da imagem, justapondo-se, exactamente, diferentes sensações (visuais e emocionais) sucessivas;

Sequencialidade:
esta é, provavelmente, a técnica de Comunicação Visual mais evidente no nosso trabalho. Afinal, é a sequencialidade dos estratos de pontos, mais ou menos coloridos, mais ou menos dispersos, que define a mensagem simbólica e rítmica da música; tudo isto é feito através de um esquema, uma ordem lógica;

Episodicidade: por excelência, a Episodicidade é a técnica que reforça o carácter individual das partes constitutivas de um todo, não diminuindo as conexões, mas reforçando o aspecto global. O esquema da nossa composição encontra-se dividido em zonas simbólicas, com um carácter individual, mas sem nunca descurar a mensagem global da música de um desfilar de sensações, mais ou menos intensas.

Concluindo,

a verdade é que, tal como diz o ditado: Uma imagem vale mais do que mil palavras. Porém, quando falamos na construção de uma imagem, na elaboração de uma composição, é fundamental que essas “mil palavras” surjam quase que instantaneamente a partir da observação do objecto visual.

Assim sendo, a função do designer de comunicação reside em tornar a sua composição, muito para além dos aspectos gráficos por si mesmos, numa imagem clara em significados e simbologias. Depois, cabe ao observador a finalização da composição em todos os seus propósitos, fazendo somente uso dos olhos e da mente. E tal realidade é clara, Caleb Gattegno disse-o, em Towards a Visual Culture:

A vista, embora a usemos com toda a naturalidade, ainda não produziu a sua própria civilização. A vista é veloz, compreensiva e simultaneamente analítica e sintética. Requer tão pouca energia para funcionar, que trabalha à velocidade da luz, permitindo às nossas mentes receber e conservar um número infinito de unidades de informação numa fracção de segundo.

Com esta composição, baseada em elementos muito simples e técnicas visuais claras e directas, pretendi transformar a This ranging light numa imagem, como se de uma mutação som-imagem se tivesse tratado. Com o jogo de cores e disposição espacial dos pontos, quis reflectir o espírito psicadélico, frenético e futurista da música e do próprio estilo do David Fonseca, sem descurar a evolução rítmica da música e a própria mensagem. A mensagem de uma atitude perante algo ou alguém, que nuns momentos acaba por ser derrotista e melancólica, para depois dar lugar também à euforia, à despreocupação e ao êxtase do viver o momento.

Proposta 1 - O resultado final

01. Capa da caixa do CD



02. Cobertura do CD

Proposta 1 - A Música



Música: 'This Raging Light'
Intérprete: David Fonseca
Álbum: Dreams in Colour
Ano: 2007

Letra:

I roll away just like a stone
Falling around wherever I'm thrown
I got lost, got sidetracked
I played dead and I couldn't go back
You asked me how does it feels
Everything hurts, everything's too real
I tried to be part of the scheme
But I can't understand, what does it really mean?

And with pride you point blame
But you never felt love, like you never felt pain
You give me that sad smile
And I want to drown it, want it gone for a while

I roll away, away from it all
I follow the lights, I follow the call
I fall down into the sound of the music

Tonight I feel it closer
And i can almost touch it
To you this may be nothing, It's something to me
This raging light

"You're on your own" said the voice on the phone
In between all the static and the robotic tone
Strong headlights were pointing to my eyes
Behind a killer car, inside a killer heart
"You be strong" said the voice on the phone
In between all the lies and the robotic tone
I fall down and into the sound
Where the music goes

Tonight I feel it closer
And I can almost touch it
To you this may be nothing, It's something to me
This raging light

To you this may be nothing, It's something to me
This raging light

I roll away just like a stone
Falling around wherever I'm thrown
And with pride you point me the blame
Like you never felt love, like you never felt pain
I played me but you played a part
And you lost the script, you just found it too hard
I fall down into the sound of the music
This music


A minha escolha baseou-se não só na mensagem da letra, como também no ritmo e na energia que ela transmite. This Raging Light transmite logo pelo título uma ideia de algo simultaneamente frenético e luminoso, o que é possível perceber depois com a letra e com a própria música.
A energia da música levou-me, quase automaticamente, a adoptá-la como base deste trabalho.

Proposta 1 - Elementos básicos e Técnicas de Comunicação Visual

Esta primeira proposta de trabalho baseia-se na elaboração de uma composição como o reflexo da interpretação visual de uma música à nossa escolha. O objectivo principal será a aplicação dos conceitos adquiridos acerca das técnicas e elementos básicos da comunicação visual.

Esta composição terá de ser adaptável a dois contornos básicos da comunicação visual: o contorno quadrado e o contorno circular. O contorno quadrado servirá para a capa da caixa de um cd, enquanto que o contorno circular será adaptado para a cobertura do próprio cd em si.

Técnicas de Comunicação Visual - A Inspiração

Assimetria





Complexidade





Economia





Ênfase





Episidocidade





Espontaneidade





Instabilidade




Irregularidade





Justaposição





Sequencialidade





Variação